O mais popular dos gadgets está assoprando velhinhas hoje. Há exatos
65 anos os pesquisadores norte-americanos John Eckert e John Mauchly, da
Electronic Control Company, revelavam ao mundo o primeiro computador
eletrônico digital de larga escala, o Electronic Numerical Integrator And Computer (que em bom português quer dizer Computador e Integrador Numérico Eletrônico), ou ENIAC para os íntimos.

Desenvolvido a pedido do exército dos EUA para seu laboratório de
pesquisa balística, o ENIAC era um monstrengo de 30 toneladas de peso
que ocupava uma área de 180 m² de área construída. Sua produção custou
nada menos do que US$ 500 mil na época, o que hoje representaria
aproximadamente US$ 6 milhões e a máquina contava com um hardware com 70
mil resístores e 18 mil válvulas de vácuo que em funcionamento
consumiam vorazmente 200 mil watts de energia. Já seu “sistema
operacional” eram cartões perfurados que eram operados por um time de
funcionárias do exército – o que de quebra as classifica como as
primeiras programadoras que se tem notícia. Sua construção de iniciou em
plena guerra, em 1943, e apesar de ser mostrado em 46 só foi ser ligado
pela primeira vez em julho de 47.
Apesar de ter uma capacidade de operação menor do que qualquer calculadora de mão moderna, durante seus 10 anos de operação o ENIAC “realizou mais contas do que toda humanidade já havia feito em sua história”. No final de sua carreira, um concorrente com o dobro da capacidade custava o equivalente a US$ 200 mil e tinha apenas 10% de seu tamanho.
Ao sair de cena o ENIAC foi desmontado e diversas de suas peças estão em exposição pelo mundo. Os computadores ainda ficaram exclusivamente nas mãos de empresas e órgãos governamentais até o final da década de 70, quando a computação doméstica começou a dar seus primeiros passos. Mas isso é outra história.

Tudo isso era o Eniac | Crédito: Exército dos EUA
Apesar de ter uma capacidade de operação menor do que qualquer calculadora de mão moderna, durante seus 10 anos de operação o ENIAC “realizou mais contas do que toda humanidade já havia feito em sua história”. No final de sua carreira, um concorrente com o dobro da capacidade custava o equivalente a US$ 200 mil e tinha apenas 10% de seu tamanho.
Ao sair de cena o ENIAC foi desmontado e diversas de suas peças estão em exposição pelo mundo. Os computadores ainda ficaram exclusivamente nas mãos de empresas e órgãos governamentais até o final da década de 70, quando a computação doméstica começou a dar seus primeiros passos. Mas isso é outra história.
ENIAC

O ENIAC começou a ser desenvolvido em 1943 durante a II Guerra Mundial para computar trajetórias táticas que exigissem conhecimento substancial em matemática, mas só se tornou operacional após o final da guerra.
- Sua capacidade de processamento era de 5.000 operações por segundo;
- Criado na segunda guerra, tinha como principal finalidade cálculos balísticos;
- Possuía 17.468 válvulas termiônicas, de 160 kW de potência;
A calculadora efetua os cálculos a partir das teclas pressionadas, fazendo interação direta com o hardware, como no ENIAC, no qual era preciso conectar fios, relês e sequências de chaves para que se determinasse a tarefa a ser executada. A cada tarefa diferente o processo deveria ser refeito. A resposta era dada por uma sequência de lâmpadas.
Produção
Era tão grande que tinha de ser disposto em U com três painéis sobre rodas, para que os operadores pudessem se mover em torno dele. Foram gastos cerca de $500.000,00 (quinhentos mil) em sua construção. Quando em operação, outros complexos cálculos de balística passaram a realizar–se em alucinantes 30 segundos, quando com as calculadoras manuais que até aí se usavam levava 12 horas para se obter o mesmo resultado. O centro de processamento tinha uma estrutura muito similar à dos processadores mais básicos que atualmente utilizamos em nossas calculadoras de bolso. Tinha 20 registros de dez dígitos cada, onde se podiam efetuar somas, subtrações, multiplicações, divisões e raízes quadradas.As programadoras do ENIAC
O ENIAC era programado através de milhares de interruptores, podendo cada um dele assumir o valor 1 ou 0 consoante o interruptor estava ligado ou desligado. Para o programar era necessário uma grande quantidade de pessoas que percorriam as longas filas de interruptores dando ao ENIAC as instruções necessárias para computar, ou seja, calcular. Existia uma equipe de 80 mulheres na Universidade da Pensilvânia cuja função era calcular manualmente as equações diferenciais necessárias para os cálculos de balística. O exército chamava a função destas pessoas: computadores.Quando o ENIAC ficou pronto, seis mulheres foram escolhidas para testarem a nova máquina.
Versão modernizada do ENIAC
Curiosamente, o termo deixou de estar associado as pessoas que operavam a máquina para dar nome a máquina propriamente dita, uma vez que de facto a máquina passou a realizar as contas que antes eram realizadas por essas pessoas.O ENIAC torna-se obsoleto e economicamente inviável de manter após 10 anos de operação, tendo sido desmontado. Hoje encontram-se peças do ENIAC por muitos museus do mundo, incluindo o Smithsonian em Washington D.C. e no local preciso onde foi construído, na Moore School for Electrical Engineering da Universidade da Pensilvânia.
Desenvolvimento posterior
O ENIAC serviu de inspiração para muitos outros computadores que se seguiram, como o EDVAC (Electronic Discrete Variable Computer); o ORDVAC (Ordnance Variable Automatic Computer); SEAC (Standards Automatic Computer) e o UNIVAC, este último também construído por Eckert e Mauchly para o processamento dos dados dos censos da população americana.Em 1955, um computador já só pesava 3 toneladas e consumia 50 kW de potência, tendo um custo de U$200.000. Uma máquina destas podia realizar 50 multiplicações por segundo. Assim, os primeiros computadores eram também eles máquinas que só estavam ao alcance de grandes empresas ou instituições que tinham necessidades de cálculo muito exigentes e que possuíam as condições económicas para tão grande investimento.
Com o rápido desenvolvimento dos transístores entre 1952 e 1960, os tubos de vácuo tornaram-se obsoletos e foi este avanço tecnológico que permitiu a criação de máquinas muito mais rápidas, menores e mais baratas.
Com o tempo, os transístores passaram a ser a base da electrónica, seguindo-se a VLSI (Very Large Scale Integration), ou seja, a construção de circuitos cada vez menores por forma a que pudessem ser mais leves e despender menos energia, por terem menos superfície para a dissipação de energia por calor. Esta miniaturização permitiu que se tivesse a mesma capacidade de cálculo de um ENIAC na palma de uma mão. A diminuição do tamanho fez também diminuir a quantidade de energia necessária e o custo caiu com a produção em série dos novos processadores.
Em 1977 uma calculadora manual pesava menos de meio quilo, consumia meio watt e podia realizar 250 multiplicações por segundo, custando $300. Hoje uma calculadora pesa poucos gramas podendo ser incorporada em réguas ou agendas, funciona até a energia solar e custa de R$5,00 a R$10,00 (isso calculadoras simples com operações básicas e geralmente raiz quadrada e outras poucas funções).
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