As baterias e mesmo pilhas fornecem baixas
tensões contínuas não servindo para alimentar aparelhos ligados na rede
de energia. Os inversores ou conversores DC/AC são aparelhos que podem
converter as baixas tensões de bateria (geralmente de 12 V de carro ou
caminhão), ou mesmo de um conjunto de pilhas grandes, em uma alta tensão
alternada (geralmente 110 V ou 220 V) para alimentar aparelhos que são
plugados na rede de energia. Veja neste artigo como funcionam os
inversores, quais são suas limitações e como trabalhar com eles. No
final, daremos um projeto prático de um pequeno inversor para lâmpadas
fluorescentes.
Muitas pessoas desejam ligar aparelhos de uso doméstico (e portanto
projetados para funcionar com 110 V ou 220 V) no carro ou mesmo
alimentá-los por pilhas e baterias.
Se bem que tais aparelhos, em geral, tenham consumo elevado e por
isso não se recomenda o uso com baterias ou pilhas, existem situações em
que não se pode escapar disso.
É o caso de sistemas de iluminação de emergência que usam lâmpadas
fluorescentes, pequenos televisores que devam ser usados em acampamentos
ou locais em que não rede de energia, e até mesmo eletrodomésticos do
tipo barbeador, ventilador, etc.
Para converter a energia disponível em baterias na forma de uma baixa
tensão contínua para alta tensão alternada são usados circuitos
denominados inversores ou conversores DC/AC.
Como funciona um Inversor
Na figura 1 temos um diagrama de blocos de um inversor típico para uso geral.
Diagrama de blocos de um inversor.
Um inversor desse tipo é formado por um circuito oscilador de
potência que converte a tensão contínua pura em tensão contínua pulsante
para que ela possa ser aplicada a um transformador.
Isso é necessário pois os transformadores só podem operar com
correntes que variam, e uma corrente contínua pura não passaria por esse
componente.
O transformador é o elemento seguinte do circuito e sua finalidade é
elevar os pulsos de baixa tensão do oscilador, obtendo-se em seu
secundário uma alta tensão alternada.
É importante observar que na maioria dos circuitos, a tensão
alternada não é perfeitamente senoidal, mas sim dotadas de alguns picos
que podem ser perigosos se os aparelhos alimentados forem sensíveis.
Normalmente, os osciladores são otimizados para que a tensão seja a
mais próxima possível da senóide, no entanto, isso nem sempre ocorre.
Outro problema comum nesses circuitos é o fato da freqüência nem
sempre ser de 60 Hz. Muitos inversores que se destinam à lâmpadas
fluorescentes e outros aparelhos não sensíveis à freqüência podem operar
com freqüências mais altas, entre 200 e 1000 Hz.
Um ponto crítico no projeto do inversor é a qualidade do
transformador. De fato, esse componente determina o rendimento do
circuito e se não for bem dimensionado, a maior parte da energia pode
ser perdida na forma de calor.
Energia não se cria
Um fato comum que ocorre com os que pretendem usar inversores é que
eles pensam que a energia pode ser criada. Muitos acham que a partir de
um jogo de pilhas ou bateria, pode-se elevar a tensão a ponto dela poder
alimentar grandes televisores, geladeiras e outros aparelhos de alto
consumo.
Energia não pode ser criada. A capacidade de fornecimento de energia
de baterias e pilhas é bastante limitada. Por exemplo, se uma bateria
pode fornecer uma corrente máxima de 10 A com 12 V, sua potência máxima é
120 W.
Isso, significa que, se convertermos os 12 V dessa bateria para 120 V
a corrente máxima teórica será 1 A e nenhum aparelho de mais de 120 W
poderá ser alimentado, conforme mostra a figura 2. Isso, é claro,
supondo que 100% da energia possa ser convertida, o que não ocorre na
prática.
Conversão de 100%.
Assim, a maioria dos inversores é de baixa potência e quando operam
no limite a duração da carga da bateria ficará reduzida
proporcionalmente.
Veja então que ao usar um inversor é preciso observar que não é
possível criar energia, assim, a bateria usada deve ter potência
compatível com o aparelho alimentado e sua autonomia dependerá
justamente disso.
Assim, normalmente uma bateria de carro não pode fornecer energia por
mais do que umas poucas horas a qualquer aparelho de consumo mais
elevado como, por exemplo, um pequeno televisor. Por outro lado,
aparelhos cujo consumo seja superior a 100 W dificilmente podem ser
alimentados mesmo com conversores, pois as baterias é que não dão conta
da energia a ser fornecida.
Por exemplo, para 240 W de potência usando uma bateria de 12 V, mesmo
se tivéssemos um conversor de 100% de rendimento (o que não ocorre na
prática) a corrente drenada seria da ordem de 20 ampères! Uma bateria de
30 Ah teria a capacidade de alimentar tal aparelho por apenas 1 hora e
meia!
Inversores são indicados apenas para alimentar pequenos equipamentos
como lâmpadas fluorescentes em sistemas de emergência, computadores
quando falta energia (no break), ou outros equipamentos cujo consumo não
seja elevado.
Mesmo assim, eles devem ser usados apenas quando não se dispõe da
energia da rede de corrente alternada, observando-se a autonomia da sua
fonte de alimentação.
Inversores Comerciais
A qualidade do circuito determina a eficiência do inversor e para os
tipos comerciais pode chegar aos 90%. Assim, para se obter 90 W de
energia 10 W são perdidos na forma de calor no próprio circuito.
É preciso observar que muitos tipos de inversores não fornecem uma
tensão de saída perfeitamente senoidal de 60 Hz. Estes tipos de
inversores não servem para alimentar equipamentos mais sensíveis.
O leitor vai encontrar inversores principalmente em sistemas de
iluminação de emergência onde eles usam os 12 V de uma bateria que fica
em carga constante quando a energia está presente, para alimentar
lâmpadas fluorescentes.
Algumas aplicações importantes dos inversores:
* Podem ser usados para alimentar aparelhos elétricos comuns a partir
de baterias em barcos, carro e na barraca de camping. Também podem ser
usados para a mesma finalidade em locais em que não chega energia
convencional, sendo as baterias carregadas por painéis solares durante o
dia.
* Inversores para lâmpadas fluorescentes são usados em sistemas de iluminação de emergência.
* Sistema no-break, onde o computador se mantém alimentado por uma
bateria ligada a um inversor por tempo suficiente para se salvar o
trabalho quando há um corte de energia. Observe que as baterias desses
sistemas são de pequena autonomia, mantendo o computador ligado por
intervalos que variam entre 10 minutos e meia hora, ou seja, o
suficiente para se terminar e salvar um trabalho.
* Sistemas de sinalização com lâmpadas de xenônio em veículos, barcos
ou bóias. Nestes sistemas, o inversor normalmente chega a fornecer
tensões que superam os 600 V.
Na figura 3 mostramos um inversor comercial de tipo que pode ser
ligado ao acendedor de cigarros de um carro para alimentar pequenos
aparelhos tais como um televisor portátil, um aparelho de barbear ou um
dispositivo de sinalização.
inversor ligado ao acendedor de cigarros que fornece 110 V de 12 V.
Trabalhando com Inversores
Para o profissional é muito importante saber que tipo de inversor é
recomendado para uma determinada aplicação. Se equipamentos sensíveis
forem alimentados de forma indevida podem ocorrer danos.
Damos a seguir as principais especificações de tais aparelhos para as quais o profissional deve estar atento:
a) Potência de saída
O leitor deve estar certo de que o inversor pode fornecer a potência
que o aparelho a ser alimentado exige, dando uma certa margem de
segurança para que os componentes não trabalhem no limite. Por exemplo,
se vai ser alimentada uma lâmpada fluorescente de 40 W o inversor deve
ser capaz de fornecer pelo menos 50 W de potência.
b) Forma de onda
Muitos inversores fornecem correntes de saída com formas de onda que
não são senoidais. Lâmpadas fluorescentes e incandescentes não são
sensíveis às formas de onda mas existem aparelhos que não podem ser
usados com conversores que não tenham uma saída senoidal de 60 Hz.
c) Performance
Deve-se optar pelo inversor que tenha o maior rendimento possível. Normalmente acima de 70%.
d) Isolação
A alta tensão da saída de inversores pode causar choques perigosos.
Verifique a qualidade do isolamento do sistema que alimenta o aparelho
externo.
e) Colocação da bateria
Ao instalar um inversor com uma bateria não selada cuide para que ela
fique em local ventilado, pois os gases que ela produz são tóxicos.
f) Conexões
As conexões do inversor à bateria devem ser feitas com fios grossos,
pois a corrente normalmente é intensa. O cabo da bateria ao inversor
deve ser o mais curto possível. Na figura 4 mostramos o modo típico de
instalação de um inversor.
Método de instalação do inversor.
Diagnóstico de Problemas
Os transistores de potência dos inversores normalmente são os
componentes que mais facilmente queimam neste tipo de equipamento, pois
trabalham com correntes elevadas e não raro bem perto de suas
condições-limite.
Ao trocar estes componentes tenha cuidado para verificar se suportam a
corrente e a tensão dos originais. Por exemplo, o sufixo do tipo
comprado deve ser o mesmo do que queimou.
Circuito Prático
Na figura 5 damos um circuito simples de um inversor que pode ser
usado para alimentar lâmpadas fluorescentes de 7 a 40 W a partir de
baterias de automóvel.
Circuito dum inversor, que alimenta uma lâmpada de 40 W.
Com a troca do capacitor C1 na temporização do 555, por um de 10 µF o mesmo circuito gerará pulsos luminosos servindo para um sistema de sinalização.
Como o circuito usa um transformador comum e seu rendimento não é
muito elevado, lâmpadas de 20 a 40 W acenderão com menor brilho do que
aquele que apresentam quando ligadas na rede de energia.
Também é importante observar que o sinal de saída não é senoidal, tem
picos maiores do que 110 V ou 220 V, mesmo usando um transformador para
essa tensão e que a freqüência de saída não é de 60 Hz.
Na figura 6 temos a placa de circuito impresso para a montagem do circuito.
Sugestão de placa.
O transistor de efeito de campo MOSFET de potência deve ser dotado de
um bom radiador de calor. Qualquer tipo de canal N para correntes
superiores a 3 A e tensões entre dreno e fonte Vds a partir de 200 V
pode ser usado sem problemas. O circuito também funcionará com um TIP31 ou TIP41 mas com um pouco menos de rendimento, dependendo do transformador.
O transformador tem enrolamento primário de 110 V ou 220 V
(recomenda-se 220 V para maior facilidade de excitação de fluorescentes)
com secundário de 12 V com corrente entre 800 mA e 2 A.
Os demais componentes do circuito não são críticos, devendo apenas o
leitor atentar para a espessura das trilhas de maior corrente da placa
de circuito impresso.
Esse circuito, dependendo do ajuste de freqüência e do transformador
drenará correntes entre 500 mA e 1 A da bateria. Esse valor permite
estimar a autonomia da bateria usada como fonte.
O circuito também funcionará com 4 pilhas grandes recarregáveis ou
alcalinas se o transformador for do tipo com secundário de 6 ou 7,5 V e
de 300 mA a 600 mA e, além disso, forem usadas lâmpadas fluorescentes
até 15 W.
Cuidado deve ser tomado com o fio de conexão à lâmpada, se ela ficar
longe do circuito, devendo os mesmos ser bem isolados, para que não
ocorram perigos de choque.
O trimpot serve para ajustar a freqüência em que o circuito tem
máximo rendimento, ou seja, a lâmpada acende com o máximo de brilho.
É interessante observar que até mesmo lâmpadas fracas que já não mais
acendem quando ligadas na rede de energia, funcionarão neste circuito,
pois os picos de alta tensão ionizarão facilmente o gás no seu interior.
CI-1 - 555 - circuito integrado, timer
Q1 - IRF640 ou equivalente - qualquer MOSFET de potência - ver texto
T1 - Transformador com primário de 110/220 V e secundário de 12 V com corrente entre 600 mA e 2 A - ver texto
X1 - lâmpada fluorescente de 7 a 15 W
P1 - 100 k? - trimpot
R1 - 2,2 k? x 1/8 W - resistor - vermelho, vermelho, vermelho
R3 - 4,7 k? x 1/8 W - resistor - amarelo, violeta, vermelho
R4 - 1 k? x 1/8 W - resistor - marrom, preto, vermelho
C1 - 47 nF - capacitor cerâmico ou de poliéster
C2 - 1 000 µF x 16 V - capacitor eletrolítico
F1 - Fusível de 3 A
S1 - Interruptor simples
Diversos:
Caixa para montagem, placa de circuito impresso, radiador de calor para o transistor, fios, solda, etc.
Como construir um inversor de energia solar
Os inversores de energia podem ser utilizados para converter a corrente direta de energia solar em corrente alternada
Geir Pettersen/Digital Vision/Getty Images
Inversores
de energia são utilizados para converter correntes diretas (CD) em
correntes alternadas (CA). Os inversores de energia mais comuns são
feitos para converter energia CD de 12 volts em energia AC de 110 volts.
Essas unidades são normalmente utilizadas em automóveis
e outros veículos. Um inversor de energia solar utiliza as células e os
módulos fotovoltaicos para alimentar os 12 volts necessários para
realizar a inversão. Essa configuração torna o inversor bastante
portátil, aumentando o número de locais onde ele pode ser utilizado.
O que você precisa?
Um inversor de energia de 12 volts e 1 A
2 módulos fotovoltaicos de 12 volts e 0.5 A
Instruções
1
Corte as pontas dos fios vermelhos e pretos na lateral de 12 volts do inversor de energia. Deixe 1 cm de isolamento nos fios.
2
Conecte
os dois panéis fotovoltaicos do seguinte modo: conecte o fio positivo do
1º painel ao fio positivo do 2º painel e conecte o fio negativo do 1º
painel ao fio negativo preto do 2º painel. Isso irá colocá-los em
paralelo. Dessa forma, a voltagem total permanece em 12 volts, mas as
duas amperagens de "0.5" produzidas por cada painel combinam-se para
criar a amperagem de "1", necessária para o inversor.
3
Conecte o fio
positivo vermelho do inversor aos dois fios positivos do painel e
conecte o fio preto negativo do inverso aos dois fios negativos do
painel. Utilize capas de plástico flexíveis para cobrir cada emenda do
fio.
4
Coloque o inversor e os painéis fotovoltaicos sob a luz direta do sol. Configure o medidor de voltagem ou o medidor digital
de voltagem para a medição. Verifique a voltagem de saída na tomada CA
no inversor. Dependendo da quantidade da luz, a voltagem medida deverá
oscilar entre 90 e 120 volts.
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